quarta-feira, novembro 26, 2008

284

Às vezes moda nos prega peças e nos deixa confuso. Ontem foi um dia desses. Aconteceu em São Paulo, na Daslu, o lançamento da marca de fast fashion da loja de departamentos. No quesito roupa, tudo ok. Peças bonitinhas, que com certeza atingirão o público jovem, alvo da grife. No quesito moda, acredito que as divagações, por assim chamar, devem ir muito além.

Não quero entrar aqui no mérito da Daslu criar uma marca de fast fashion para atrair consumidores para a loja que anda meio caída com a saída de várias grandes marcas, mas no conceito em si, pois num primeiro momento ele parece bem bacana, soa como inovador, como uma tentativa de democratização de marcas e roupas, mas e aí? Será que é esse o verdadeiro sentido da moda? Alguns criam e poderosas industriam copiam e tornam o exclusivo popular? É interessante para uma indústria que vive de idéias inovadoras ser totalmente popular? O consumidor geral esta preparado para consumir tais produtos?

Quando San Laurent transformou a alta-costura em ready to wear, marco da indústria da moda, a idéia inovadora revolucionou um cenário e possibilitou que milhares de pessoas pudessem consumir. Não foi a transformação da alta-costura em ready to wear, foi a transformação da estrutura de produção, do formato da indústria.

Já no caso do fast fashion, é a cópia simples e barata de brilhantes idéias, como, por exemplo, as incríveis camisetas “Kate Rocks”, da House of London, pela 284 em versões “Obama Rocks” e outras com frases engraçadinhas, ou da coleção completa da Dolce & Gabbana pela H&M.

Não sendo conservador, moda é arte, são peças que você garimpa, coleciona, que juntas formam um acervo e fazem sentido. Afinal, pra se fazer de bonitinha na festa de formatura da prima é só se jogar na José Paulino, não? Mais honesto que usar uma cópia barata de um Hervé-Leger by TopShop.

Confusão completa de idéias, que precisam ser muito pensadas e discutidas, agora, pessoalmente, uma coisa eu sei. Se eu fosse dono de uma das marcar bacanudas que tem corner na Daslu, hoje mesmo, estaria fechando minha lojinha lá. Tenho ciúmes das minhas idéias, detesto vê-las copiadas. Egoísmo meu? Pode ser...

Um comentário:

Marília disse...

que??? ce acha mesmo que é mais honesto ir na zepa do que na topshop? porque pessoas não milionárias não podem ter uma replíca que seja de um designer famoso? uma roupa bacana, diferente, bonita e com acabamento decente? preconceito! e quem pode $$ pode sempre não vai nunca trocar o original dolce&gabbana pela cópia da zara, whatever...
a moda só sai ganhando, faz .... e os consumidores também. por essas e outras que o brasileiro ainda não se veste bem, pq as roupas legais são inacessíveis. democratização já! proto , falei!

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